Haverá dois soldados. Um de Deus e um do diabo...
Foi o que disse a segunda profecia. A primeira falou da corrupção da Voz de Urag, da época em que a líder da Igreja trairia seu povo e faria a guerra contra os cardeais. As profecias avisaram sobre a Voz de Urag, a Voz de Deus, tornada maligna, uma serva do inferno. O surgimento de dois heróis para derrubá-la. E a queda de um deles, revelado como o Soldado do Diabo.
Mas e se for tudo mentira?
Em um mundo fantástico, medieval, governado pela igreja, que com a recente morte da ultima Voz perde aos poucos o controle de tudo. Imerso em uma guerra civil, os rebeldes lutam de forma ferrenha contra a teocracia.
É assim que a história se inicia. Logo, Iago, um escritor humilde, porém muito talentoso, é envolvido na trama. Ele é descoberto pela igreja durante uma das apresentações da companhia de teatro na qual trabalha como dramaturgo. Contratado pela igreja como escritor, vê sua vida tomar um rumo jamais sonhado por ele. Além de narrador da trama, também é um personagem importante em vários momentos críticos, descritos no livro.
Entre outros personagens importantes para a trama como Jocasta, Ganimedes, Benedict (O Cavaleiro Imaculado), Penélope, D’Agostini, e muito outros; Destacarei Atreu, vulgo Soldado do Diabo, e, antes disso, tido como o Guerreiro do Povo. Considero este o melhor personagem dentre os demais, e acredite adoro muito o Iago e a Jocasta. O enredo da história nos leva a crer que Atreu é maldade em pessoa, porém tudo é mais profunda do que parece ser. Ao ler o livro considere que “O caçador de apóstolos” é uma de peça escrita por Iago, afinal é contada com a visão dele sobre tudo, misturado realidade e ficção. É a peça máxima de Iago, onde o mundo e seus habitantes estão todos envolvidos. Uma peça com morte, dor, sofrimento, angústias, onde tudo deixa de ser apenas encenação e torná-se realidade.
O livro tem o que todos necessitam para mergulharem em uma história de fantasia medieval, porém, atráves da linguagem e descrição, feitas por Caldela, tudo é retratado de uma menos convencional. A violência e as cenas de sexo, por exemplo, fogem do padrão visto em muitas obras. Sem dúvida uma obra que merece ser contemplada. Sou muito fã do gênero, e me tornei fã do Leonel Caldela ao ler seus livros. Sem dúvidas é um grande escritor brasileiro.
Em breve comentarei sobre a continuação deste livro, intitulada Deus Máquina.
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