Olá, leitores do Legado das Palavras.
Mais uma resenha e mais uma ótima dica de leitura para vocês. O livro em questão hoje é a continuação do livro já resenhado no blog (O Caçador de Apóstolos). A segunda parte e também o desfecho dos eventos ocorridos no primeiro livro das Profecias de Urag, recebeu o nome de Deus Máquina. Publicado pela editora Jambô, possuí o formato: 15,5 x 23 cm, com 480 páginas, brochura. É o quinto romance do autor Leonel Cornwell Caldela. Vale ressaltar que este é um dos autores nacionais que eu mais admiro!
Sem mais delongas, vamos ao que interessa.
"Na guerra contra Deus, não há vencedores"
A história se (re)ínicia do ponto exato onde parou em O Caçador de Apóstolos. Os rebeldes foram derrotados pela forças da Igreja de Urag, os hereges caíram, entretanto, mesmo vencedores, os cardeais ainda temem algo, ou melhor alguém: Jocasta. A jovem recém transformada na Voz de Urag vem conquistando e cada mais fiéis, mesmo sabendo de toda a verdade, sua fé permanece imutável. O clero percebe que se Jocasta continuar a crer do modo fervoroso na existência de um Deus, ele próprio perderá o controle sobre sua invenção, pois a fé está tomando uma tamanho no qual nem mesmo o Cardeal Derionde poderá controlar. Jocasta planeja ir até os confins do mundo para ter toda a verdade sobre Deus, mesmo que isso signifique ir contra a própria igreja.
Atreu encontra-se preso, sendo manipulado e usado ao bel prazer da igreja. Porém, ele não está derrotado e cada vez mais se nega a colaborar ou aceitar a existência imposta de algo que não existe. Iago, passa a relatar as consequências da revolução perdida, e mantém o seu papel fundamental de narrar a história, seja mesclando-a com as verdades e mentiras, ao longo de sua jornada ele relembra os tempos passados, que embora recentes, deixam a sensação de serem tempos extremamente longínquos.
Novos personagens aparecerem para acrescentar ainda mais tensão e dramaticidade, velhos (e adorados) personagens reaparecem, em um retomada na guerra entre hereges e cardeais. Entre fé e razão. Entre Deus e os Homens.
A história é envolvente, cada página vamos sendo surpreendidos pelos acontecimentos e pelas descobertas, como por exemplo: o fato de ter existido uma civilização avançada, uma era de tecnologia e sucesso e perseverança, dilacerada e esquecida até tonar-se a barbárie dos tempos atuais. Segredos que podem mudar o rumo do mundo.
Não há como imaginar um desfecho mais épico, impactante e empolgante para a história de Caldela. Os personagens parecem estar ainda mais cativantes, cada um ligado à sua história e aos seus objetivos. A história situada em uma espécie de realidade alternativa retorna ainda mais triunfal. A escrita continua envolvente e impecável, a brutalidade realística do livro anterior é ainda mais proeminente. A ganância, o ódio, dor e sofrimento, esperança e derrota, sempre caminhando lado a lado, ao mesmo tempo me que se enxerga a vitória somos agraciados com a desgraça dos personagens. O cenário se expande muito além do que é visto em O Caçador de Apóstolos, druídas e autômatos estão mais presentes que nunca, sendo fundamentais no desenvolver da trama. A obra é concluída com êxito, embora possamos ainda ter alguma outra aventura no mesmo cenário, não teremos mais nenhuma continuação direta das aventuras e Atreu, Igor, Jocasta e companhia. Nos resta ler e reler, absorver cada vez mais toda a genialidade do escritor Leonel Caldela.
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