Olá, leitores do Legado das Palavras. Espero que estejam bem. A obra da
resenha de hoje é de um gênio e louco (disso todo mundo tem um pouco), talvez
dois adjetivos que descrevem perfeitamente Howard
Phillips Lovecraft. O autor nasceu em Providence, Rhode Island, 20 de
Agosto de 1890 e morreu em 15 de Março de 1937. O escritor norte-americano
ficou conhecido por suas obras de fantasia e terror, gótico, muitas vezes
estruturado de forma semelhantes à ficção científica. Entretanto, estou
aqui para falar sobre uma de suas obras, o conto A Cor que Caiu do Espaço, que marcou
os primeiros passos do autor em direção ao que ficaria conhecido e muito
reconhecido como horror cósmico. Reeditado pela editora Hedra, que fez um trabalho sensacional, merecendo grande destaque
para o organizador e tradutor Guilherme
da Silva Braga, que nos traz um pouco da vida de Lovecraft, seus
pensamentos e a trajetória como escritor, possuí 104 páginas com uma excelente introdução, um excepcional conto e um apêndice fantástico.
Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa.
A Cor que Caiu do Espaço, traz um narrador sem nome que viaja
até o oeste da cidade fictícia de Arkham (confira uma curiosidade sobre o local),
para averiguar o lugar que em breve será inundado para a geração de uma nova
represa. É quando nosso narrador incógnito tem o primeiro contato com uma
extensa área, aproximadamente cinco acres de desolação, onde não havia
vegetação, aliás, não havia nada, além de uma fina camada de pó cinzento. O
lugar era conhecido como "Descampado Maldito". Curioso, o narrador
decide investigar o lugar, porém, nenhum dos moradores da cidade ousa comentar
sobre o local, ou, como eles dizem, sobre os "dias estranhos". Os
moradores recomendam que ele visite o velho Ammi, um eremita que já vivia
próximo ao descampado maldito antes dele se tornar o que é hoje.
O narrador então parte para uma visita a Ammi.
Ammi Pierce conta ao homem curioso a história amedrontadora sobre os
"dias estranhos". Em meado de 1880, toda a área abrangente do
"descampado maldito" havia sido a propriedade de Nahum Gardner. Certo
dia, um meteorito caiu próximo ao poço da fazenda, alguns estudiosos,
prontamente se dispuseram a examiná-lo, os professores vindos da Miskatonic
University. Nos estudos do meteorito, embora nada conclusivo, descobriram que
ele continha substâncias de cores indescritíveis, algo nunca visto antes. A
partir deste ocorrido um mal inconcebível se instalou na fazendo de Nahum
Gardner. Os vegetais e frutas cresciam com um bom tamanho, porém tinham um
gosto horrível, tornando-se incomestíveis. Às árvores cresceram e
moviam-se mesmo existir vento. Os animais da fazenda morreram ou desapareceram
sem explicação. A família Gardner foi afetada, enlouquecendo, morrendo ou
desaparecendo de forma sobrenatural. Os relatos do único homem vivo que
presenciou o fato, deixa o narrador extremamente abismado e perturbado.
H.P. Lovecraft tem uma escrita fantástica, um estrutura vista em poucos
contos, o enredo prende o leitor mesmo com o narrador desconhecido e o suspense
gerado pelo estilo da escrita, o modo como consegue transmitir os
acontecimentos, estruturar a história, é, deveras, genial. Não a toa Lovecraft inspirou muito outros
autores e é, sem dúvidas, uma dos nomes mais proeminentes quando o assunto é
terror e suspense. O horror não vêm de um monstro, assassino serial ou outra
coisa explícita. Vêm do desconhecido, com consequências perturbadoramente
desconhecidas, o que se tornou característico e o diferencial do autor. A
Cor que Caiu do Espaço é uma excelente obra, entretanto não se prenda
exclusivamente a este conto, procure mais, conheça mais sobre o autor. H.P.
Lovecraft é simplesmente necessário, principalmente para os amantes de
fantasia, ficção, horror e suspense.
0 comentários: