Olá, leitores do Legado das Palavras.
Após muitos anos de seu lançamento finalmente podemos encontrar e desfrutar de uma das mais excelentes obras de terror de todos os tempos, sim, estou falando do livro A Casa Infernal, do autor Richard Matheson, lançado no Brasil pela editora Novo Século apenas em 2009. O livro escrito em 1971 (quase não demorou pra chegar por aqui) é um expoente do terror e praticamente leitura obrigatória para os fãs do gênero. Segundo outro mestre no gênero, Stephen King, "é o romance sobre casa mal-assombradas mais aterrorizante que já foi escrito."
A história conta a terceira expedição à Mansão Belasco - A Casa Infernal, um lugar que ficou mais de vinte anos inabitado. Nas duas tentativas anteriores de desvendar quais os mistérios contidos na mansão, ambas, acabaram da pior maneira possível, deixando um rastro de morte e loucura. O fim trágico das expedições anteriores contribuíram para a difusão de que "A Casa Infernal" era tida como o "Monte Everest" das casas mal-assombradas. Contudo, vinte anos após os nefastos acontecimentos, o milionário débil e próximo do fim, Rolf Rudolph Deustch, contrata o Dr. Lionel Barret , um físico e estudante de parapsicologia muito conceituado; Florence Tanner, uma médium espiritualista que desde o primeiro minuto dentro da casa nota a existência de algo sobrenatural ali; Benjamim Franklin Fischer único sobrevivente da expedição anterior à casa, ele já fora considerado um dos maiores médiuns de todos os tempos, porém, após sua primeira visita ao lugar, decidiu se fechar sua mente para as forças psíquicas, aceitando-o convite apenas pelo dinheiro ; os três são contratados para que partam até o local recém adquirido por Deustch, em busca de desvendar todos os mistérios da Mansão Belasco com o intuito de lhe responderem se existe ou não vida após a morte.
A expedição é marcada pelos mesmo eventos anteriores, desta vez com os melhores representantes em suas respectivas áreas, o que leva a trama em uma profunda viagem ao interior mais sombrio da temível Mansão Belasco.
Se pararmos para analisar podemos dizer que a trama é simples e pouco difere-se de outros livros do gênero, entretanto, isso seria um erro em demasia. Ok, a história e o núcleo podem ser simples e sem muito a acrescentar, contudo os personagens, a riqueza na descrição do lugar e dos eventos que ocorrem no interior da mansão são excelentes. Matheson consegue descrever o cenário e fazer a história fluir sem nos prender em dezenas de páginas e tornar a leitura cansativa. Cada personagem transmite de forma clara os seus objetivos ao longo de toda a trama, o que acrescenta um olhar mais cético e científico do Dr.Barrett, uma visão, no início, um pouco desleixada de Fischer e o olhar de Tanner, defendendo suas teorias e seus sentimentos, além de acrescentar um grau de tensão incrível durante suas discussões com o Dr. Barrett, e por último, a personagem responsável por carregar o leitor aos confins do suspense e capaz de deixar que suas perguntas invadam nossas mentes, Edith é sem dúvidas encarregada de levar o leitor a abraçar tanto as teorias de seu esposo, quanto os relatos dos médiuns. Fiquei maravilhado com a qualidade da escrita do autor e tenho que ressaltar o ótimo trabalho feito pela tradutora Jaqueline Damásio Valpassos, imagino que tenha sido trabalhoso traduzir a obra, dada sua escrita incrível.
O desespero e a tensão criada em certos momentos é capaz de deixar o leitor atônito. Outro ponto realmente bom do livro é o embate entre o cientista que busca provar que as "assombrações" e as "manifestações" que ocorrem na casa não passam de eventos eletromagnéticos e os médiuns que afirmam sentirem a presença real de fantasmas. A Mansão em si é um show à parte com seus cômodos aterrorizantes e a própria história do que ocorreu na época em que o imponente Emeric Belasco era vivo, mantendo sua imponência até mesmo após a sua morte.
Enfim, o livro é recomendadíssimo e não só para fãs de histórias de terror, mas para admiradores de uma história bem narrada e personagens bem construídos. Dica: leia-o sempre à noite. Até a próxima resenha.
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