Olá, leitores do Legado das Palavras!
Vamos falar sobre Fantasia.
Um gênero que possui incontáveis fãs ao redor do mundo não importa qual seja a
mídia: cinema, literatura, games e por aí segue. Histórias sobre dragões e
princesas, sobre o surreal inundando o mundo real. Dentre muitos os gêneros
abordados aqui no blog, literatura fantástica é visivelmente predominante. Para
a felicidade dos fãs este gênero cresce cada vez mais no Brasil e aos poucos
vai conquistando o seu merecido espaço nas livrarias e mídias de divulgação.
Isso é deveras muito bom. Contudo, não é raro ver comentários negativos acerca
do gênero, há quem diga que a literatura fantástica não possua bons autores ou
boas histórias nacionais. O brasileiro ainda mantém uma ideia contrária a
literatura de fantasia nacional. Poderia citar muitos livros de autores
excelentes, obras que merecem serem lidas, mas vou me ater a um livro em
especial: Na obra O Espadachim de
Carvão, publicada pela Fantasy -
Casa da Palavra e concebida pelo autor Affonso
Solano.
Cenários
regem uma boa obra de fantasia
Solano cria um cenário
que explora a imaginação de quem lê a obra, em grande parte por sua habilidade
na descrição com uma sutileza clássica mas que mantém o pé na atualidade. O Espadachim de Carvão é um livro a ser
desbravado, assim como o mundo em que fora ambientado, Kurgala. Um lugar com
uma singularidade infinita da de raças e culturas diferentes. Através do
protagonista, Adapak, somos transportados a muitos lugares fascinantes, carregados
pela descrição alimentada por nossa imaginação, entretanto, o desejo que querer
se embrenhar ainda mais pelo mundo de Kurgala é inevitável e é evidente que há
muito mais que aproveitar dessa fonte.
De Star Wars à Conan, assim
me senti ao ler o livro. É inevitável não lembrar da feitiçaria presente nas
histórias do personagem criado por Robert
E. Howard, assim como a infinidade de raças remete aos mundos explorados na
saga criada por George Lucas. Não é
como um plágio, longe disso, a obra parece beber da fonte desses grandes nomes. Nada de humanos predominando como raça, impondo suas vontades. Solano merece parabéns apenas por criar um infinidade de raças, descrevê-las - incluindo alguns idiomas. Senti apenas a ausência de uma mapa de Kurgala, seria extremamente bem vindo, quem sabe nas futuras continuações...
A
História Bem Contada
Adapak.
Filho de um dos quatro Deuses de Kurgala. Viveu por muitos ciclos (anos) com o
pai em sua ilha sagrada, um lugar mágico, sagrado e distante. O jovem de pele
negra e olhos brancos adquiriu o conhecimento diretamente de uma divindade.
Aprendeu sobre muitas coisas, principalmente sobre a técnica de combate
denominada “Os Círculos Tibaul”. Apesar de tudo, Adapak tinha consciência de
que jamais deixaria sua morada. Entretanto, quando completou dezenove ciclos, o
jovem testemunhou o seu lar ser invadido por assassinos misteriosos, para
Adapak a única opção foi fugir , manter-se vivo e explorar com os próprios olhos
o mundo Kurgala, buscando alguma resposta sobre os assassinos que continuam a
persegui-lo.
Affonso Solano narra a
história em terceira pessoa e em certo momentos em primeira, revelando os pensamentos
de Adapak. A trama não segue uma diretamente à sua conclusão, podemos conhecer
o passado - a infância - do Espadachim de Carvão. Somos apresentados ao seu
primeiro amor, aos seus temores e gostos. Embora um exímio guerreiro, ele
apresenta uma certa inocência, muito bem narrada pelo autor durante o decorrer
da história. Gostar muito de Adapak não é difícil. O herói construído quebra
paradigmas devido a sua aparência, afinal, o protagonista é um personagem
negro. Na literatura nacional há sim uma dificuldade em criar personagens que
fogem dos estereótipos, para compreender melhor leia este artigo.
Considerações
Finais
Affonso Solano estreia
muito bem no ramo da literatura, apresenta um dos melhores livros de fantasia
nacional dos últimos tempos. Munido de tons dramáticos e cômicos, personagens
amáveis e odiosos, voltado para o público adulto e também para o infanto-juvenil.
Uma obra que explora algumas fraquezas da humanidade através de palavras e
trechos que facilmente podem passar despercebidos. Uma dessas passagens é
quando Adapak descobre um torneio onde os lutadores lutam por dinheiro e nada
mais, ele diz ser contra tal atitude. O que reverte em um pensamento do próprio
autor, afinal ele não é dos maiores fãs do UFC como já dito em um podcast no qual ele participa. Há muitos
outros questionamentos que são feitos pelo inocente Adapak. Solano também cria
uma personagem feminina muito forte, Sirara. Diferentemente de obras românticas
ou obras onde personagens femininas são esquecíveis, ele cria uma personagem ao
estilo Katniss Everdeen.
Mas nem tudo são flores. O único defeito de livro é ser curto. Solano cativa com suas palavras, te faz ficar absorto na história, livros assim deveriam perdurar por muito tempo. Tudo bem, eu espero as continuações e já ansioso. Sem sombras de dúvidas O Espadachim de Carvão merece uma chance de leitura por todos e
torna-se obrigatório para fãs da fantasia. Vale ressaltar a capa que exalta as
cores da bandeira do Brasil. Explore Kurgala, identifique-se com Adapak e fique
com vontade de conhecer mais sobre Tamtul
e Magano.
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