Olá, leitores do Legado das Palavras!
Um protagonista sem
nome, poucas páginas e muita habilidade na construção da narrativa exemplar de James Sallis, torna o romance Drive, uma grande obra apesar de sua
pequena extensão. Um suspense magistral que captura o leitor desde os primeiros
parágrafos até os últimos. Publicado no Brasil pela editora Leya em 2012, devido à sua adaptação
cinematográfica - vale ressaltar que o filme Drive é um dos melhores de 2012 – o livro foi lançado originalmente
em 2005.
A narrativa tarantinesca do livro certamente é
responsável por arrebatar muitos fãs. Assim como em Pulp Fiction – Tempo de Violência, Drive traz na bagagem uma
história narrada de modo não seqüencial, ora conhecemos o passado do
protagonista – conhecido apenas como Piloto -, ora estamos no presente
acompanhando seus passos e, em certo momento é oferecido o futuro do personagem
na trama. Violência, velocidade e adrenalina acompanham o leitor através das
páginas.
“Eu dirijo. Isso é tudo que faço. Você me diz onde começamos, em que direção devemos ir, para onde devemos seguir depois, em que horário. Não me meto, não conheço ninguém, não ando armado. Eu dirijo.”
O Piloto é um dos melhores
dublês de Hollywood, indubitavelmente, ele é o melhor naquilo que se propõe a
fazer: dirigir. Ele possui seus próprios motivos - além de amar dirigir e
sentir a adrenalina de quando está atrás do volante – para atuar como piloto de
fuga durante assaltos. Seu “segundo emprego” caminha bem, até quando um assalto
acaba da pior maneira possível e coloca o Piloto em uma verdadeira prova de
fogo quanto à sua habilidade de se safar e sobreviver após o fatídico
incidente.
James Sallis além de
escritor, já atuou como crítico literário, professor de escrita criativa,
terapeuta entre outras profissões. Certamente, cada uma delas, contribuiu para
a história de Drive. O autor consegue
manter o tom misterioso ao longo de todo o livro, faz uma obra de 160 páginas
parecer muito mais extensa e entrega muito mais conteúdo do que aparenta ser
possível. Drive é uma verdadeira
“casa de mago”: compacta por fora e babilônica por dentro. Esta foi sua
primeira obra a ser levada às telas de cinema, apesar de não seguir fielmente a
história original, pelo filme, já fica claro o poder da narrativa.
Prepare-se para uma
leitura dinâmica e veloz, ao ler a primeira página você não irá desejar menos
que o final. Trespassar suas páginas e concluir a leitura deixa gosto que alguns realmente sabem narrar uma
história, enquanto muitos por aí simplesmente buscam “incrementar” suas
histórias com páginas e páginas de passagens desnecessárias para “entreter o
leitor”. Este é um livro que merece uma chance não apenas de ser lido, mas,
sim, degustado e estudado.
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