Olá, leitores do Legado das Palavras!
Em 2012 assisti ao
filme As Vantagens de Ser Invisível
que figurou, certamente, em um dos melhores filmes lançados no ano. Conferir o
filme me impulsionou a partir em busca do livro, afinal, além das ótimas
atuações e da trilha sonora, o filme possui uma história linda. Publicado pela
editora Rocco, o livro do escritor –
também diretor e roteirista da adaptação cinematográfica – Stephen Chbosky possui 223 páginas.
As
Vantagens de Ser Invisível é um romance epistolar, ou seja: é
totalmente narrado através de cartas, embora existam outras formas de
desenvolver, como notícias de jornais ou diários, mas este não é o caso. O
livro apresenta as cartas escritas pelo jovem apelidado de Charlie a um
destinatário incógnito, o leitor, onde narra os acontecimentos de sua vida atual:
o verdadeiro deságio que é o início do ensino secundário, a superação do suicídio
de seu melhor amigo, meses atrás, e um grave trauma de infância. Entre os temas
abordados podemos destacar a sexualidade, o uso de drogas, introversão, além de
estampar a importância de amizades em nossas vidas.
Chbosky
narra a vida de Charlie com extrema sensibilidade, logo nas primeiras páginas
fica difícil não se identificar com o protagonista, muitos já enfrentaram
alguns de seus medos e também tiveram as mesmas dúvidas. O autor buscou
inspiração em sua própria vida para criar alguns personagens e dar mais veracidade
à trama. O livro trata com naturalidade alguns temas polêmicos como a
descoberta e o uso de drogas por conta de Charlie, outro tema importante é a
abordagem de uma relação homoafetiva, muito bem retratada, que ajuda a expandir
horizontes e quebrar paradigmas.
A escrita de Stephen Chbosky não apresenta genialidade, ou
apresenta, depende de como você analisar. Ela não é difícil, clássica e muito
descritiva, entretanto, vale lembrar que estamos lendo “cartas” de um jovem do
ensino médio, cujo à paixão pela literatura e o dom para escrita é bem
demonstrado, logo, temos uma narrativa a altura do personagem, o que faz nos
identificarmos ainda mais com Charlie.
A obra possui muitas
inspirações, um delas é o escritor Stephen
King. Segundo Chbosky seu livro
possui muito de algumas obras do mestre do terror, livros Carrie e O Iluminado, além
do conto, Conta Comigo. Fã confesso do
escritor vale citar o que Chbosky disse
em uma entrevista, ele acredita que King seja “o maior contador de histórias de
todos os tempos”. O livro também apresenta uma vasta lista de referências
musicais – aliás, o ditado “sexo, drogas
e rock’n roll” se encaixa perfeitamente aqui e chega até mesmo soar de
forma poética -, algumas das bandas citadas são: Nirvana, Beatles, Pink Floyd e, claro, The Smiths com a música Asleep
(favorita de Charlie). Outras ótimas referências
são as literárias, Bill, professor de Charlie, o estimula através da leitura e
indica grandes obras da literatura como: Uma
Ilha de Paz (John Knowles), Walden (H.D. Thoreau), O Sol é para
Todos (Harper Lee), O Grande Gatsby (F. Scott Fitzgerald), Peter
Pan (J. M. Barrie) A Nascente (Ayn Rand), Hamlet (William Shakespeare), Almoço Nu (William S. Burroughs), Este
Lado do Paraíso (F. Scott Fitzgerald),
On The Road/Pé na Estrada (Jack Kerouac), O Estrangeiro (Albert Camus)
e O Apanhador do Campo de Centeio (J.D.
Salinger).
Não quero entrar muito
na história por achar que ela é sensível demais e qualquer mínimo spoiler pode vir a comprometer a
leitura, contudo, esta é uma obra recomendada, onde é praticamente impossível
não se identificar com alguns dos personagens ou com o que estão vivendo. A
sutileza da história nos faz refletir acerca de alguns aspectos, como a
amizade, por exemplo. A leitura é indispensável, mesmo a adaptação
cinematográfica sendo extremamente fiel e tão boa quanto o livro.
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