Recentemente tive a oportunidade de
entrevistar o autor Affonso Solano - nada
demais, apenas algumas perguntas curiosas. Ele e sua obra já tiveram um post aqui no
blog, contudo, estou disponibilizando novamente as informações completas
abaixo.
Você conhece o Affonso Solano?
Além de contador de histórias, Solano trabalha como
ilustrador e storyboarder para empresas como TV Globo, TV Record e agências de
publicidade. É colunista do site Tech Tudo e co-criador do site Matando Robôs
Gigantes, hoje incorporado ao grupo Jovem Nerd.
Seu primeiro livro será lançado pela Fantasy - Casa da
Palavra, selo editorial da Leya. A obra já está em pré-venda na Saraiva.
Filho de um dos quatro deuses de
Kurgala, Adapak vive com o pai em sua ilha sagrada, afastada e adorada pelas
diferentes espécies do mundo. Lá, o jovem de pele absolutamente negra e olhos
brancos cresceu com todo o conhecimento divino a seu dispor, mas consciente de
que nunca poderia deixar sua morada.
Ao completar dezenove ciclos, no
entanto, isso muda.
Testemunhando a ilha ser invadida por
um misterioso grupo de assassinos, Adapak se vê forçado a fugir pela vida e se
expor aos olhos do mundo pela primeira vez, aplicando seus conhecimentos e uma
exótica técnica de combate na busca pela identidade daqueles que desejam a morte
dos Deuses de Kurgala. ( Clique na imagem para ampliar)
Trecho do Livro:
"Três deles surgiram na curva
norte do corredor, de cimitarras empunhadas e passos cuidadosos. As sombras
haviam denunciado suas presenças de antemão, mas Adapak pôde ouvi-los muito
antes disso, sussurrando intenções obscuras enquanto avançavam pelos intestinos
da prisão. Os assassinos eram humanos de pele bege variando entre trinta e
quarenta anos, vestindo armaduras justas de couro castanho-escuro e sem
insígnias. Tinham rostos marcados pela vida bruta, com olhos acostumados à
violência. Os dois que seguiam na frente exibiam sangue fresco nas lâminas, o
que para Adapak significava duas coisas: tinham encontrado resistência e não
eram exímios espadachins.
Eles mal tiveram tempo de
registrá-lo; os Círculos os envolveram e ele obedeceu à risca, rasgando-os com
alguns poucos movimentos e pintando de escarlate as paredes do corredor.
Humanos eram mais macios que guandirianos, Adapak concluiu, sem orgulho."
Entrevista:
Pessoalmente, acompanho todos os
projetos e trabalhos do Solano há algum tempo e gosto muito. Estou ansioso para
ler seu livro. Segue um pequeno questionário feito por mim e respondido por ele. Deixo
meu agradecimento à Fantasy - Casa da Palavra que possibilitou esta entrevista e, claro, ao Solano pela participação e interação. Sem mais delongas, vamos ao que
interessa.
Como o livro "nasceu"?
- Em meados de 2002 fechei com o
Omelete o projeto de uma HQ de fantasia interativa – na época um protótipo do
que o Espadachim de Carvão viria a ser. A história fez sucesso e permaneceu na
capa do portal por um ano até ser interrompida (nossa equipe de coloristas e
programadores, muito nova na época, optou por ingressar na faculdade). Forçado
a suspender o projeto, decidi desde então começar a adaptá-lo para um novo
formato: um livro.
Quais as suas principais influências
literárias?
- Quando criança comecei lendo Júlio
Verne, depois passei para os livros-jogos de Steve Jackson e Ian Livingstone. Então vieram Stephen King, Arthur Conan Doyle,
Robert E. Howard, Michael Crichton, Mike Mignola, Alan Moore...
Qual a maior dificuldade que você
encontrou durante o processo de criação?
- Decidir o que deve entrar neste
livro e o que devo guardar para depois.
Você já possui um vasto séquito de
admiradores do seu trabalho, baseado nisso, qual a sensação de ser publicado
sabendo que milhares de pessoas irão ler sua obra?
- Quando eu era criança,
compartilhava minha imaginação com meus dois irmãos quando brincávamos juntos.
Vejo o livro como uma ferramenta para que mais pessoas possam brincar
comigo também.
Teremos um MRG sobre "O
Espadachim de Carvão"?
- Com certeza!
E, por fim, alguma dica para quem
está começando escrever agora ? (tipo eu rs.)
- Escreva sobre algo que você
entende, que você gosta, ao invés de tentar adivinhar o que os
outros vão gostar. E não seja tão perfeccionista, ou então nunca vai sair do
primeiro capítulo. ;)
Espero que tenham gostado. Em breve,
assim que o livro chegar, teremos a resenha de O Espadachim de Carvão.
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