Há algumas semanas
atrás entrevistei via email o autor Fabio
M. Barreto, que recentemente publicou seu primeiro livro, o incrível e
reflexivo Filhos do Fim do Mundo, pela
editora Fantasy - Casa da Palavra. Não
vou falar muito sobre o livro aqui, pois em breve teremos uma resenha dele no
blog. Além de um show de humildade, o autor também deu um impulso gigantesco
para quem deseja ser escritor - como eu. Para quem (ainda!) não
conhece o autor seguem algumas informações:

Agora que já conhecem
um pouco mais sobre o autor, confira a entrevista na íntegra:
Como o livro "nasceu"?
Resolvi começar a
escrever utilizando um dos assuntos clássicos da Ficção Científica, então
"fim do mundo" apareceu rápido. Mas precisava ser diferente, então me
perguntei: "o que seria o fim do mundo para mim?" Pensei de cara na
minha filha. A ideia me causou arrepios e daí comecei a construir esse mundo
repleto de morte, mudanças e incerteza.
Quais as suas principais influências
literárias?
Como bom jornalista,
acho que li mais reportagens que livros (se for comparar), então o estilo das
redações acabou sendo a grande influência. Mas, claro, sempre adorei um romance
e muita gente me marcou. Dickens, Asimov, Heinlein e, mais recentemente, Gaiman
e Hemingway. Gosto de ler bons autores, gente que tenha o que dizer, que não
acredite em narrativa preguiçosa e mastigada. Livros devem provocar, instigar o
pensamento, te fazer ter vontade de agir ou mudar. Esses autores fizeram isso
por mim. Espero, um dia, fazer o mesmo por outros leitores tão apaixonados por
mim.
Qual a maior dificuldade que você encontrou
durante o processo de criação?
Construir um mundo que
pode existir em qualquer lugar, mas sem ser específico. Isso pode afastar
alguns leitores, mas foi uma opção sólida e pensada. Se retirarmos nossas
nacionalidades, nomes e achocolatados favoritos, o que sobra? Homens e mulheres
com emoções, necessidades e aspirações parecidas. Quando uma tragédia dessa
ocorre, são essas características que vem à tona, que nos fazem quem somos.
Decidi explorar isso e toda essa criação foi bem complicada.
Qual
o sentimento ao se dar conta de que milhares de pessoas estão lendo sua
história?
Assustador. Livros são
poderosos e, no caso dos grandes, eternos. Cada palavra nova palavra aumenta a
responsabilidade e saber que elas podem influenciar tanto positiva quanto
negativamente, assusta. Mas, ao mesmo tempo, motiva, pois com a resposta
extremamente positiva que recebemos até o momento, só consigo pensar no próximo
romance, que já comecei a escrever! :D Acho que seria mais legal se todo mundo
pudesse ler junto e tudo virasse uma grande conversa. Sempre gostei disso e
gosto de contar histórias para crianças quando possível, uma vez cheguei a
contar algumas histórias de Tolkien numa convenção de fãs de O Senhor dos
Anéis. Ver a reação das pessoas e o envolvimento delas com a história é
fantástico!
E,
por fim, alguma dica para quem tá começando a escrever agora?
Nunca desista, mas
sempre escute os mais experientes. Se existe uma lição que tirei do jornalismo
foi: escute mais e fale só quando necessário. Quando novos, somos impulsivos e
isso pode ser transmitido aos textos, entretanto, às vezes, basta parar para
escutar tanto pessoas mais experientes quanto seus próprios personagens, e a
resposta vem naturalmente. Quem escuta tem história para contar.
Deixo aqui meus agradecimentos
ao autor pelo tempo e respostas disponibilizados e não percam em breve a
resenha de Filhos do Fim do Mundo. Deixo também uma foto do Barretão com Neil Gaiman!
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