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Legado das Palavras: Entrevista com o autor de "Filhos do Fim do Mundo", Fábio M. Barreto

Entrevista com o autor de "Filhos do Fim do Mundo", Fábio M. Barreto

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Há algumas semanas atrás entrevistei via email o autor Fabio M. Barreto, que recentemente publicou seu primeiro livro, o incrível e reflexivo Filhos do Fim do Mundo, pela editora Fantasy - Casa da Palavra. Não vou falar muito sobre o livro aqui, pois em breve teremos uma resenha dele no blog. Além de um show de humildade, o autor também deu um impulso gigantesco para quem deseja ser escritor - como eu. Para quem (ainda!) não conhece o autor seguem algumas informações:


Barretão (para quem ouve o RapaduraCast) é escritor, jornalista e cineasta. Criado nas redações de O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, dedicou a carreira à indústria do entretenimento. Trabalhou e publicou conteúdo em grandes nomes da indústria de Hollywood, de J. J. Abrams a Neil Gaiman, e foi responsável pela criação da JediCon e do SOS Hollywood. Nerd de carteirinha e especialista em ficção científica, hoje é membro de um dos podcasts de cultura pop mais famosos da internet brasileira, o RapaduraCast. Atualmente, vive em Los Angeles, Califórnia.

Agora que já conhecem um pouco mais sobre o autor, confira a entrevista na íntegra:
  
    Como o livro "nasceu"?

Resolvi começar a escrever utilizando um dos assuntos clássicos da Ficção Científica, então "fim do mundo" apareceu rápido. Mas precisava ser diferente, então me perguntei: "o que seria o fim do mundo para mim?" Pensei de cara na minha filha. A ideia me causou arrepios e daí comecei a construir esse mundo repleto de morte, mudanças e incerteza.
  
    Quais as suas principais influências literárias?

Como bom jornalista, acho que li mais reportagens que livros (se for comparar), então o estilo das redações acabou sendo a grande influência. Mas, claro, sempre adorei um romance e muita gente me marcou. Dickens, Asimov, Heinlein e, mais recentemente, Gaiman e Hemingway. Gosto de ler bons autores, gente que tenha o que dizer, que não acredite em narrativa preguiçosa e mastigada. Livros devem provocar, instigar o pensamento, te fazer ter vontade de agir ou mudar. Esses autores fizeram isso por mim. Espero, um dia, fazer o mesmo por outros leitores tão apaixonados por mim.
  
    Qual a maior dificuldade que você encontrou durante o processo de criação?

Construir um mundo que pode existir em qualquer lugar, mas sem ser específico. Isso pode afastar alguns leitores, mas foi uma opção sólida e pensada. Se retirarmos nossas nacionalidades, nomes e achocolatados favoritos, o que sobra? Homens e mulheres com emoções, necessidades e aspirações parecidas. Quando uma tragédia dessa ocorre, são essas características que vem à tona, que nos fazem quem somos. Decidi explorar isso e toda essa criação foi bem complicada. 
  
    Qual o sentimento ao se dar conta de que milhares de pessoas estão lendo sua história?

Assustador. Livros são poderosos e, no caso dos grandes, eternos. Cada palavra nova palavra aumenta a responsabilidade e saber que elas podem influenciar tanto positiva quanto negativamente, assusta. Mas, ao mesmo tempo, motiva, pois com a resposta extremamente positiva que recebemos até o momento, só consigo pensar no próximo romance, que já comecei a escrever! :D Acho que seria mais legal se todo mundo pudesse ler junto e tudo virasse uma grande conversa. Sempre gostei disso e gosto de contar histórias para crianças quando possível, uma vez cheguei a contar algumas histórias de Tolkien numa convenção de fãs de O Senhor dos Anéis. Ver a reação das pessoas e o envolvimento delas com a história é fantástico!
  
    E, por fim, alguma dica para quem tá começando a escrever agora?

Nunca desista, mas sempre escute os mais experientes. Se existe uma lição que tirei do jornalismo foi: escute mais e fale só quando necessário. Quando novos, somos impulsivos e isso pode ser transmitido aos textos, entretanto, às vezes, basta parar para escutar tanto pessoas mais experientes quanto seus próprios personagens, e a resposta vem naturalmente. Quem escuta tem história para contar.

Deixo aqui meus agradecimentos ao autor pelo tempo e respostas disponibilizados e não percam em breve a resenha de Filhos do Fim do Mundo. Deixo também uma foto do Barretão com Neil Gaiman!

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