No último dia 31,
estive na cidade de Espírito Santo do Pinhal, para participar do Bate-papo na Comunidade, programação da III Semana Edgard Cavalheiro. A seguir,
vocês lerão um breve registro, salteado, deste dia.
Saí de Paulínia,
acompanhado de minha família — que pela primeira vez esteve comigo em um evento
literário — e após cerca de 01h20 de viagem, nós chegamos. Fomos extremamente
bem recebidos pelo Ricardo Biazotto e o Paulo Stefani Tobias. A hospitalidade
deles foi admirável, nos sentimos em casa. Tivemos a oportunidade de conhecer a
Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, concebida na arte barroca. Linda.
Depois nos dirigimos à
E. E. “Profº Benedito Nascimento Rosas”, onde a Katia Abrucese nos acolheu com
muito carinho, e até mesmo preparou um ótimo almoço para nós. No tempo vago,
até o início do bate-papo, conversei com as pessoas que chegaram aos poucos,
conheci um pouco do lugar, e me senti envolvido pela literatura, afinal, frases
e textos de diversos autores estavam espalhados pela escola.
Mediados pelo mestre em
filosofia e também escritor, Sílvio Tamaso D’Onofrio, às 14h00 iniciou-se o
bate-papo. Além de mim, pudemos contar com a presença do escritor Diego Carleti
— que, horas antes, havia defendido seu TCC. Conversamos bastante, sobre
variados seguimentos da literatura. Sobre a literatura digital, crônicas,
contos, gêneros (especialmente do terror) e alguns outros temas. Tive o prazer
de conhecer muitos autores que despertaram meu interesse em conhecer suas
obras, e também refleti bastante sobre o poder da literatura na nossa vida, no
nosso cotidiano.
Como o bom palhaço que
sou, fiz o favor de entrar para o bate-papo vestindo minha máscara demoníaca.
Ninguém se espantou, mas pelo menos também não me vaiaram.
Após quase duas horas
de muito conteúdo e informações, o evento chegou ao fim. Mas não antes de o
microfone ser passado para os nossos espectadores ali presentes. Pude falar um
pouco sobre o desenvolvimento das minhas histórias de amor, sobre crônicas e
sobre a importância das crianças terem contato com uma literatura de mais
compreensão nas escolas. Acho importante que isso aconteça. Desde a quinta
série, no mínimo. Onde livros de fácil assimilação e entendimento devem ser
repassados para eles, assim, até o colegial, estarão familiarizados com a
literatura e não se tornará tão difícil ler um Machado de Assis, por exemplo.
Além disso, também considerei uma opinião dada: a de transformar fatos
importantes de nossa história, em histórias mais lúdicas para as crianças.
Assim como eu espero ter passado uma mensagem boa e ter incitado mais a leitura
aos presentes, aprendi muitas coisas, e a ver com outros olhos. Foi uma
experiência sensacional, única.
Sílvio, Diego e eu recebemos
alguns presentes pela participação. Mas o maior presente foi poder estar ali,
naquela tarde. E acho que falo por nós três. Recebi flores, café (que escritor
não gosta de um cafezinho, ainda mais sendo um dos melhores do país?), e uma
garrafa decorativa, feita em trabalho artesanal, por alunos que participam da
Escola da Família. Para mim, um troféu.
Antes de partir,
aconteceu uma sessão de autógrafos e fotos, e também sorteios de alguns livros,
dentre eles, um exemplar da coletânea Utopia e um do romance fix up King Edgar
Hotel. Nessa parte fui às lágrimas.
Eu já estava emocionado
por ouvir algumas pessoas dizerem que queria ler minhas histórias, conhecer o
que eu escrevia, e me pedindo autógrafos, mesmo eu não tendo contos nos livros
que eles tinham em mãos. Enquanto isso, minha máscara repousava sobre a mesa.
Um garotinho chamado
Yago foi até ela e a vestiu. Perambulou por todos os cantos com ela. Depois
comprou uma edição da Antologia Comemorativa, pegou autógrafos dos autores
presentes, e veio até mim.
Foi a primeira vez que
tive um contato tão próximo de uma criança, admirada pela literatura, pelos
autores. E pude sentir que a magia da arte de escrever se manifestava no
coração dele, de todos os presentes. Isso tocou o meu coração de uma maneira indescritível.
Em uma rápida conversa com o menino — quantos
anos você tem?, ame e respeite seus pais, estude e tire notas boas —, veio
a confirmação de que aquela experiência o mudara, mesmo que não tenha me dito,
eu pude sentir isso. Talvez, porque toda a situação também me mudou.
Em dado momento, de
praxe, perguntei o que ele queria ser quando crescesse. Com os olhos marejados,
eu e ele, Yago me respondeu:
— Eu quero ser
escritor.
Eu me rendi às
lágrimas, e uma vez mais sucumbi ante a qualquer dúvida sobre o poder da
escrita, de contar histórias. Eu me despedi de todos os novos amigos, agradeci
as pessoas responsáveis por realizar um trabalho tão incrível em um lugar que
necessita aproximar as crianças da literatura: a escola. Esse texto é um breve resumo do que aconteceu por lá, do quão especial o dia 31 de Outubro de 2015 foi para mim.
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